Entra ano, sai ano e um tema que sempre continua no topo da lista de desejos de muitas pessoas é aquela vontade de economizar e sair do vermelho. Para se ter ideia, de acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), pelo segundo ano consecutivo, 49% dos brasileiros têm como meta principal guardar dinheiro. Outras vontades que dependem de uma organização financeira também estão no ranking da lista, como: fazer uma viagem, (30%), comprar ou reformar a casa, (28%) e tirar as finanças do vermelho (27%). Mas como podemos tirar essa vontade do papel e colocá-la em prática com pequenas atitudes?
Sempre digo que o maior erro dos brasileiros está no medo de encarar as contas de frente. Muita gente não tem controle ou não sabe o quanto gasta por mês, então não consegue definir sua renda mensal fixa, gastos com refeição, transporte, saúde, aluguel, entre outros custos. Já vi até pessoas que têm até medo de abrir a conta corrente no aplicativo do celular para ver o saldo ou se assusta quando chega o extrato do banco. É importante ressaltar que precisamos encarar a realidade e manter o equilíbrio nos gastos. Você pode, sem problemas, comprar a calça que tanto quer, mas você deve cortar outros gastos daquele mês e assim por diante.
Para alcançar esse equilíbrio e manter a sua saúde financeira em dia existem algumas dicas simples que podem parecer clichê, mas não são levadas a sério na maioria das vezes e, por isso, estamos entre os países mais endividados do mundo. Segundo o professor do Insper Ricardo Rocha, com dados do CountryMeters e Serasa Experian, o número de endividados no Brasil formariam uma nação maior do que a Colômbia, quase duas vezes o Perú. Para ajudar a driblar os problemas com falta de organização financeira, listo abaixo cinco passos para sair do vermelho em 2020:
1 – Comece o quanto antes: não espere pelo melhor aplicativo ou pela melhor planilha de excel, você pode iniciar de uma maneira mais rápida e simples. Minha dica é pegar um bloquinho de notas e escrever o que você tem de contas para este mês e para os meses seguintes, até o final do ano. Não se esqueça de colocar todas as parcelas que estão em aberto. Outra dica é, para quem tem dívidas, agora é uma boa hora para negociá-las, já que a taxa Selic caiu bastante.
2 – Defina se você ‘quer’ ou se você ‘precisa’: existe uma diferença muito grande nas compras necessárias e nas compras que são para nos agradar. Por exemplo: é preciso deixar uma parte do salário para as refeições, mas você não precisa ir ao restaurante toda semana. Leve marmita ao trabalho, deixe de comprar aquele cafezinho de todos os dias, ou aquele doce após o almoço. Você verá, pequenas atitudes tem um grande resultado no fim do mês. Isso não quer dizer que precisamos nos privar de luxos, mas novamente tudo é uma questão de equilíbrio.
3 – Anote seus gastos: pode até ser chato, mas ao anotar cada compra é possível ter um panorama geral de como pequenos custos podem se tornar uma bola de neve no fim do mês. O primeiro passo é anotar tudo o que gasta, seja aquele cafezinho, almoço ou mesmo uma conta maior, como a fatura de um cartão de crédito, por exemplo. Não é preciso nenhuma planilha, você pode pegar um caderninho e ir anotando diariamente seus custos, entradas e retiradas.
4 – Guarde uma parte do seu salário: depois de anotar todos seus gastos fixos, se proponha a guardar uma parte do seu salário todo mês, seja 5%, 10% ou até 25%, não importa a quantia, apenas guarde. É importante se propor todo mês a não mexer em uma parte dessa renda que entra, aconselho sempre retirar esse dinheiro logo que o salário cai, depois separar o necessário para os gastos fixos, sem deixar de lado, claro, lazer e alguns mimos, afinal, ninguém é de ferro.
5 – O cartão de crédito pode ser vilão ou até o mocinho das finanças: para ter cartão de crédito é preciso disciplina. Na verdade, é uma opção que funciona muito bem, mas é necessário ter conhecimento sobre o quanto você pode gastar e saber que o segredo é não pagar o mínimo, e sim a fatura cheia. Se você paga o mínimo acaba lidando com um juros absurdo. Caso a pessoa não seja comprometida em pagar a tarifa em dia e não consiga gastar dentro do seu limite, é melhor abrir mão do cartão e se programar para pagar a vista, ao invés de criar parcelas. Eu, por exemplo, só uso o cartão de crédito, já uso pontos, faço milhas, porque assim, pago menos taxas.